Certo dia, o iniciante, um rapaz chamado Renan, acordou sentindo-se diferente. Era como se o mundo, de repente, tivesse parado! Tudo que via, que ouvia, que sentia o deixava atordoado… Mas o que havia de errado? Não, não havia nada de errado! Renan apenas estava descobrindo a si mesmo, prestando atenção ao chamado que a mãe terra lhe enviava há anos… Era tudo muito estranho no início.
De repente sentiu-se mais sensibilizado pelas palavras, pelo que via. Não conseguia jogar lixo no mar ou no chão onde quer que fosse como muitos fazem ou apenas ignorar aquela imensa beleza!
Aconteceu tudo de forma inexplicável…
Parecia que o Universo conspirava para que aprendesse aos poucos sobre arte, ditos e crenças antigas. Mas acontecia um coisa engraçada: quando sentia urgência em saber mais parecia que as informações se escondiam e de repente não havia ninguém para responder suas perguntas. Renan sentia-se frustrado. Diversas vezes pensou em desistir dessa busca, mas sempre ouvia aquele chamado mudo, aquele impulso em sua mente e corpo. Ele podia passar meses sem pensar naquilo, mas quando voltava era como uma bomba que precisava ser desarmada urgentemente.
Então em finalmente mergulhou de cabeça. Iria entender do que se tratava tudo aquilo que vinha aprendendo com livros e informações de pessoas muitas vezes desconhecidas. Renan começou percebendo suas habilidades e percebeu lidava muito bem e gostava dos oráculos. A partir daí ele dedicou-se a aprender sobre o assunto. Escolheu um oráculo e passou a estudá-lo toda vez que podia. Tarot. Sentia sua mente nadar naquele mundo de arquétipos como se tivesse visto aquilo a vida toda!
Com o tempo, em sua busca Renan conheceu mais pessoas. Certo dia ele ouviu a palavra bruxaria e assustou-se! Então era isso que vinha estudando? Mas não seria esta tal de bruxaria uma seita onde as pessoas vendiam suas almas e traziam o mal para o mundo?
Depois disso ele largara tudo…
Uma noite Renan teve um sonho. Esse sonho era intrigante e parecia tão real! Acordou desesperado, e para piorar sua situação, não lembrava de nada de seu sonho. Apenas da sensação. Algo inexplicável lhe acontecera… Um silêncio prestes a romper-se instalou-se dentro de si.
Passaram-se meses…
Enfim, o horário de trabalho estava acabando. Renan ainda estava sentido-se muito mal por tudo que passou. Decidido a elevar seu astral, entrou na livraria mais próxima… que tal um bom livro, o amigo de todas as horas? Vasculhou as prateleiras sem saber onde olhar até que seus olhos se fixaram na sessão “Esotérica”. Ele sabia o significado da palavra e preferiu evitar. Seus esforços, porém, não duraram muito tempo. Voltou até a prateleira que evitara. Leu título por título e ainda deu uma olhadela nas sinopses até deparar-se com uma frase: “O que é a bruxaria senão um apanhado de sabedoria muito antiga, um modo de viver sempre visando a evolução do ser?”.
Naquele momento Renan viveu uma súbita transformação. Seus bloqueios se foram! Aquela simples frase fez vir à tona tudo o que sentia. Sentimento este que trancafiava em seu maior abismo por medo.
Não chegou a levar os livros, mas já sabia exatamente o que fazer. Chegando em casa ele procurou em vários lugares sobre a bruxaria sem aquele antigo medo, despido de preconceitos, livre de qualquer informação que ouvira anteriormente. Era isso que lhe faltava.
Em pouco tempo Renan descobriu-se um bruxo… iniciante, mas um bruxo. Mergulhava todos os dias no seu novo caminho, estudando devagar sobre os ciclos da vida, sobre tudo que a natureza tinha a lhe oferecer.
Pessoas passaram a aparecer em seu caminho: algumas para lhe ensinar lições do modo mais difícil, algumas para lhe dar a mão e caminhar por algum tempo e outras que tornaram-se grandes amigos.
Para onde quer que olhasse, Renan encontrava diversas informações sobre a bruxaria, cada vez sobre algo diferente: elementais, ervas, ciclos da vida, lendas, feitiços e rituais e muitas, muitas outras coisas! A princípio ficou extremamente confuso e não sabia mais o que estudar, ou por onde prosseguir! Onde quer que corresse por ajuda lhe indicavam um caminho totalmente diferente do outro. Uns diziam que precisava de um Mestre, outros que ele aprenderia no tempo certo. Mas… mas… como assim? Onde poderia encontrar um mestre se fosse o caso? O que queria dizer com “aprender no tempo certo”? Será que lhe davam essas resposta propositalmente para lhe enlouquecer?
“E agora? Estou perdido!?”
Não, Renan não está perdido. Ele jamais esteve. Renan estava apenas descobrindo um caminho que não havia percorrido antes. Nesta fase é normal nos sentirmos deslocados, confusos, amedrontados entre outros sentimentos que nos fazem tremer ou duvidar.
Assim que Renan parou para respirar e ir tirando uma dúvida por vez, assim que dedicou-se a estudar e a usar a cabeça, assim que habituou-se a pensar por si mesmo ele viu as peças do quebra-cabeças se moverem cada uma para seu lugar. Ele descobriu que a verdade dele não era a verdade do vizinho, que não era a verdade do chefe, da mãe, do amigo, da namorada, etc. Ele descobriu que cada um de nós temos uma perspectiva e que nenhuma verdade é absoluta, mas cabe a cada um de nós vivenciar, experimentar, observar para enfim entender.
Quem não vive não sabe de nada.
Boa caminhada, Renan…
Rosea Bellator
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