Volta e meia, alguém fala sobre seus Ancestrais. Magia Ancestral. Bruxas Ancestrais. Fulano que sonhou com seus Ancestrais…
Ok, mas quem são? Como o próprio nome já diz: são pessoas que vieram antes de nós. Nossos antepassados. Anciãos. São os Ancestrais.
Um ancestral não se limita a apenas quem você conheceu em vida. E muito menos somente quem você sabe o nome. Um ancestral não é somente aquele que praticou magia ou que se preocupou com você. São todas as pessoas que deram origem à sua linhagem.
E existe uma linhagem grande até chegar … em você!
Bem, como fiz o ditado popular “Não é porque uma pessoa morre que vira santa”. Tem gente que morre e fica por aí vagando, perdida. Tem gente que mal morre, alguma divindade ou entidade já a encaminha para algum lugar (cada um com seus aprendizados!). Tem gente que morre e, como viveu com uma mente aberta, lúcida, e aceitou o fato de que ia morrer… ela mesma já consegue se guiar do outro lado, para sabe-se lá para onde tem que ir. Tem gente que morre, e com tal ódio, fica querendo voltar. Tem gente que quer voltar porque se preocupa com alguém. Tem quem não consegue ir embora por ter ficado preso num lugar com energia péssima. Tem quem morre, passa um tempo observando a família ou outra questão de seu interesse, e logo reencarna. Tem quem queira ser guardião de alguém. Tem quem queira ficar do outro lado para guiar espiritualmente.. Enfim…
Não sabemos o tempo que leva cada processo, pois cada um de nós é um ser. Uma vivência. Uma necessidade de aprendizado diferente.
Então, não dá pra presumir que, quando uma pessoa morre, ela já está lindamente do outro lado nos guiando. Mas sempre, sempre tem alguém lá. Um ou vários de nossos ancestrais. Uma família -de várias gerações diferentes – que vão orientando como dá. Do lado de lá, e do lado de cá. Afinal, tem uns ancestrais que não são sábios e estão aprendendo também. Tem aqueles que estão ainda com raiva da vida e não querem ajudar. Ou seja, é uma “grande família”, onde tem a galera que precisa evoluir, a galera que está indo bem no caminho e a galera bem evoluída que pode guiar todo mundo.
Oras, são pessoas! Claro que do outro lado, no plano espiritual, há maior entendimento, mas ainda estão em evolução.
É… a gente aprende nesse plano e no outro também.
Por isso que, quando vamos chamar nossos ancestrais, é recomendado que se chame de acordo com o que se quer.
Quer chamar um ancestral que foi bruxo? Não precisa saber o nome. Monte seu espaço sagrado, faça seu rito, e o chame. Chame “Eu convido um ancestral que seja sábio e que tenha sido bruxo, que tenha lidado com a magia e possa me ensinar tal coisa”. Pronto!
Ou que tal chamar um ancestral que tenha sido muito feliz em seu matrimônio para te dar conselhos do que fazer no seu casamento?
Ou ainda chamar um ancestral que sabe lidar com a cura! Olha que beleza!
Percebe? Não se limita a apenas bruxos, magistas em geral, ou pessoas que buscaram a espiritualidade. Cada um de nós pode sempre ajudar em alguma coisa – nesse plano ou no outro. Cada um de nós está aqui para evoluir de alguma forma.
E por falar em magia e ancestrais… Ora ora ora!
Vamos falar de Bruxaria com os Ancestrais!
Primeiramente: sim, é um tipo de necromancia. Afinal, necromancia não tem nada a ver com “Magia Negra“, tem a ver com a comunicação com os mortos. E um Ancestral é alguém que já esteve vivo no plano físico.
Quer chamar seu ancestral? Pode chamar. Mas não esqueça de fazer suas proteções, pra não – sem querer – abrir porta para outro espírito espertinho. Até mesmo proteções simples, como o Círculo Mágico, são indicadas. Se for só pra uma oração, pedir uma influência sobre um oráculo, por exemplo, não precisa de tanto. Mas…. uma proteção aqui e uma ali nunca é demais.
Se seu ancestral deixou algo dele para você de bom grado: aceite. Use em seu altar dedicado aos seus ancestrais. Ou use nos rituais para chama-lo. Lembrando que: pode ser que essa pessoa já tenha se encaminhado para sabe lá onde nos outros planos espirituais ou mesmo reencarnado e não pode mais responder. Mas se ele estiver ainda por perto, vai responder. Contudo… não viole tumbas para roubar ossos e forçar seus ancestrais a nada. Dessa forma, além do desrespeito, você pode atrair muitos problemas.
Acontecem, em raras famílias onde a magia é algo comum, de alguém já deixar claro que pode usar, por exemplo, seu crânio como objeto de magia. Se a pessoa disse que pode, então tá tudo certo.
Em várias culturas tribais, existe o costume de se celebrar ou falar com seus mortos, seus ancestrais. Tem um muito famoso na bruxaria. Sabe qual é? Sim, o Festival de Samhain. Que marca uma passagem da natureza, um pico na estação do outono, abrindo passagens para o inverno que chegará em breve. Quando a terra morta vai se curando para regenerar e recomeçar o ciclo. Tem quem celebre em casa, ou nos cemitérios, sobre os túmulos, em clareiras…
E além de nós irmos até nossos ancestrais para buscar conhecimento, aconselhamento, entender melhor da nossa história e um montão de coisas… Eles também podem vir até nós. Seja em sonho, seja numa visão ou outras formas que o espiritual encontra de falar conosco. Eles podem vir para, espontaneamente, ajudar ou pedir ajuda.
Uau!
E eu posso mesmo ajudar um Ancestral?
Claro, um ancestral ainda é um espírito. A diferença é que ele é da sua família. Seja de uma, duas, dez ou trinta ou mais gerações atrás! Você pode ajudar seja enviando boas energias, seja fazendo um ritual para o problema dele, seja para trazer clareza mental, seja uma libertação do passado ou alguma energia negativa…
Ué, se a pessoa está no plano astral, ela precisa da minha ajuda para quê?
Assim como entidades e divindades podem usar a energia que ofertamos para criar algo para nós, assim um espírito comum pode se beneficiar de um auxílio seu, que virá como uma energia que ele não tem. Lembra que falamos que tem espíritos que ficam perdidos? Que ficam presos em certos locais de energia negativa? Pode acontecer… E você pode ajudar.
Mais adiante veremos algumas coisas que podem ser feitas, ok?
Vamos falar de uma coisa muito importante: Dom.
Gente, um dom é uma habilidade pessoal. Não se passa um dom. Mas é muito comum que pessoas com o mesmo dom sejam de uma mesma família. Pessoas com missões parecidas, por isso formam família. É comum que reencarnem dentro da mesma família, e assim seguem o ciclo. Claro que não é exatamente todo mundo com os mesmos dois, e nem é todo mundo que aflora os dons – afinal, dependendo do tipo de dom, como as pessoas que conseguem ver – literalmente – o mundo espiritual… Tem gente que acha que está louca e passa a tomar remédio a vida toda. Tem dom que depende muito da boa vontade e paciência, como a cura com as mãos. São muitos os dons, não dá para fazer uma tabelinha. E tem gente que tem dois, três, quatro, cinco dons… ou mais. Talvez um muito mais desenvolvido que o outro.
E bem, porque essas pessoas com dons parecidos estão na mesma família? O motivo é simples: precisamos aprender a conviver com todo mundo? Sim. Mas se cada grupo fizer sua parte na evolução, digamos assim, se ajudando mutuamente, com quem já se é mais íntimo, facilita o conhecimento e o aprendizado. Que será passado para outras pessoas.
Na minha família mesmo, as pessoas são muito boas com as palavras. Minha mãe consegue descobrir coisas ~cabeludas~ só de ir conversando, e com as palavras ela “cura” as pessoas… Meu irmão consegue qualquer coisa batendo um papo camarada com as pessoas e traz luz. As pessoas simplesmente ficam felizes depois de um papo com ele. Tenho familiares que são muito engraçados e fazem “festa” só de começar a conversar. E de repente, estão resolvendo algo, ajudando a solucionar um problema. E de repente, tudo se resolveu dentro de uma conversa muito louca que ninguém lembra como conversou. Minhas palavras vão aqui. Neste blog. Em alguns vídeos. E fico feliz demais toda vez que recebo uma mensagem de alguém dizendo que aprendeu alguma coisa por aqui. Que fez um feitiço e deu certo. Quando vejo uma mensagem de alguém dizendo que fica feliz de ler meus artigos ou ver meus vídeos. Mesmo que tudo feito de forma bem simples, sem intenção de disciplinar ninguém. Apenas… de passar o que eu sei.
Vocês recebem o que eu sei, através do meu dom, e seguem ensinando outros, ou apenas se aperfeiçoando – que já é MUITA coisa pro Universo! Viu? somos uma teia. Vários pequenos grupos, se ajudando. Cada pequeno indivíduo.
As tribos de outrora entendiam bem disso. Sabiam que eram pequenos grupos, se ajudando, cada um com sua especialidade, seus dons, seus conhecimentos. Cada um com seu papel. Uma pena que algo deu errado na nossa jornada nesse planeta tão bonito…
Bem!
Por isso sempre tem um ancestral de olho. Só na escuta, para guiar. Aconselhar.
Assim como terão aqueles que se perderam, ou precisam de ajuda…
Todos nós temos ancestrais. Se você está aqui, é porque você veio de alguém. Que veio de outro alguém… e assim vai. Talvez um ancestral da África. Que conheceu alguém da Europa. Tiveram filhos e foram pra América. Que cresceu mais a família. E aí foram pro Polo Norte…Que ficou por lá um tempão. Procriou. Metade foi pra Inglaterra. Aí, opa, mais filhos. Que irão para o Brasil. E olha você aí. Hehehe…
Vai ter ancestral bêbado. Ancestral estudado. Benzedeira. Religioso, ateu. Que se dedicou ao relacionamento. Bruxo. Aquele que não quer nada com nada. Aquele que sofreu muito e pode te explicar sobre isso, aquele que se meteu em vícios e aprendeu a se livrar disso…
Assim como em toda magia, todo procedimento espiritual onde abrimos portas para falar com quem está no outro plano, seja específico na hora de chamar seus ancestrais. Se tiver um nome, pode usar. Mas se busca algum dos ancestrais que não sabe o nome, ainda assim seja específico. Como já falamos: chame por aquele que possa te ajudar a resolver “tal” problema.
Se você perceber que veio algo que você não chamou, ou algo que está querendo é te confundir e te atrapalhar… Pode banir. Por isso, inclusive, para quem quer começar essa prática mais a fundo, já tenha banimentos separados para emergências.
Por fim: Como posso perceber as manifestações de um Ancestral?
Mais uma vez… um ancestral é um espírito como todo mundo, a diferença é que ele faz parte da sua linhagem, é sua família. Ele pode te chamar num sonho, seu ou de outra pessoa que certamente virá contar para você. O Ancestral pode influenciar um animal para chamar sua atenção para alguma coisa ou influenciar alguém para falar com você. Exemplo: João estava conversando com Maria. E do nada, Maria diz que “sentiu” de repente, que o pai de João parecia estar muito bem. Mas mal sabe a Maria que o pai do João faleceu há 1 mês atrás.
O Ancestral pode, por meio de quem tem o dom de incorporação ou de sentir o toque, ou ouvir, ou outros tipos de mediadores (médiuns), tentar literalmente falar com você. A mediunidade não é algo exclusivo de nenhuma religião, é um dom. E cada vez que a pessoa aprende a usa-lo, melhor ele fica. Fica mais claro, some o medo, vem a confiança, entendimento. Tem gente que sente dores de cabeça quando começa a desenvolver qualquer dom, e é normal. Quem nunca fez uma bela caminhada? Não doem as pernas? Mas depois ganha resistência e passa. A mesma coisa o dom, a energia espiritual, enfim… Estes são apenas alguns exemplos. O mundo espiritual fala muito conosco, a gente é que desaprendeu a ouvi-los.
E agora, como prometido, vamos ver algumas magias?
Chamado simples aos Ancestrais: Para aconselhamento e auxílio
À noite, prepare seu altar e remova quaisquer imagens de qualquer entidade, para ficar um altar neutro. Este ritual é bom fazer em noites mais escuras, como noites de final de lua minguante, começo de lua nova.
Acenda um bom incenso, para perfumar.
Faça algo para proteção, sua e dos ancestrais que serão chamados (o feitiço de proteção é um feitiço que você preferir, mas se não souber nenhum, tem vários aqui no blog).
Faça o Círculo Mágico.
Comece invocando, mais ou menos assim:
“Eu invoco, em luz e benevolência
Todos os meus Ancestrais que desejam minha evolução
Que desejam me ensinar algo ou me orientar da melhor forma
Que sejam bem-vindos
Novos e Velhos
Mestres Ancestrais
Eu Abro os Braços e os Recebo em Paz
Eu os convido para entrar no Círculo Mágico
E que assim Seja“
Acenda uma vela branca. Pode ser simples, grande, pequena, de 7 dias, como preferir… Ofereça o fogo aos seus Ancestrais, bem como um copo de água e um pão (se você que tiver feito, melhor ainda).
Conte toda a história do problema.
Então, seja sincero e faça sua pergunta. Tente ser objetivo na pergunta.
Finalmente, concentre-se. Tente ouvir. Tente perceber através da voz que vem “dentro da sua cabeça”.
Se não conseguir desta forma, pela que respondam através de algum oráculo que você tenha. Ou peça que mandem a resposta em sonho.
Dentro desse momento, aproveite para fazer alguma magia ou ritual com seus ancestrais.
Se você tiver facilidade de ouvir a voz de seus ancestrais, aproveite para fazer mais perguntas, outras orientações. Perguntar sobre suas origens, enfim. Se tiver dificuldades, vá fazendo o ritual em outros dias. Vá com calma.
Se quiser, consagre algo em nome deles, assim terá um talismã ou amuleto como uma via de energia facilitadora entre você e seus ancestrais que se dispuseram a te ajudar de verdade.
Quando terminar, agradeça-os.
Coloque a vela num catinho perto de algo aberto como janela ou porta, junto da água e do pão. Mais uma vez, diga que é para eles.
Despeça-se. Desfaça o círculo. Está feito.
Quando a vela acabar de queimar, jogue a água na natureza e deixe o pão na natureza também.
Ps: Se quiser fazer outras oferendas, fique à vontade. Essas são apenas simples oferendas que são mais comuns.
Uma forma simples de ajudar um Ancestral que pede ajuda
Coloque um copo ou pequena bacia de água (a água é um ótimo condutor de portais entre os mundos) e uma vela (pode ser branca mesmo, o que importa mesmo é o fogo, que é a transmutação) ao lado de uma porta ou no seu altar ou em alguma via/encruzilhada (qualquer um dos 3 representará a passagem ABERTA). Se souber o nome do ancestral, use. Se não, não faz mal, fale sobre ele da forma que ficou sabendo que precisava de ajuda.
Então, acenda a vela, dizendo que é a luz e energia para que o seu ancestral tenha o caminho aberto. Que tenha a energia necessária para fazer sua passagem e seguir o RUMO DE EVOLUÇÃO tranquilo e corretamente. Que todo mal ou obstáculos sejam banidos. Que o caminho seja claro e iluminado.
Deixe lá. Só volte para remover depois que a vela terminar de queimar.
Tem quem goste de usar pelo menos a vela comum ou a de 7 dias. Para o fogo durar mais, consequentemente, dando mais energia ao ancestral necessitado.
Opcional: Se você cultua alguma divindade, pode pedir para que ela também ajude.
Observação: pode jogar a água na natureza e os restos de vela no lixo.
Um banimento: Caso as coisas não derem muito certo…
Caso perceba que, mesmo chamando direitinho um Ancestral que viesse para AJUDAR, veio algo para te atormentar…
Separe um prato qualquer e coloque 3 velas pretas nele. Acenda as velas, enquanto vai expulsando o ser. Jogue enxofre em pó sobre as chamas das velas, sempre dizendo as palavras de banimento. E por fim, entre as velas, jogue sal grosso, bastante sal grosso.
Se você cultua alguma divindade, chame-a. Invoque-a na hora para te ajudar a banir. Peça para que arraste o ser que te atormenta.
Está feito.
Assim que as velas terminarem, junte os restos de tudo e jogue no lixo, longe de casa.
Claro que existem milhares de vários outros rituais, de acordo com outras crenças e religiões, portanto, se os que estão aqui não são do seu agrado, é só buscar outros.
Acredito que, para um primeiro artigo, por enquanto é só. O assunto rende livros e mais livros, certamente não teria como cobrir tudo num artigo. Quem sabe, né?
“Peço que tirem suas dúvidas sobre o texto nos comentários, mas perguntas além do que diz o texto, me mandem por email, assim consigo organizar para um próximo artigo”
Agradeço ao Ricky Alba por ter feito perguntas tão interessantes no Grupo do Círculo de Estudos. E à toda galera que também mandaram suas perguntas.
Beijokas!
Autor: Rosea Bellator
E-mail: [email protected]
Youtube: Canal Oficina das Bruxas
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