Eita, hoje tem #ContosDaBruxa 👻
Dia desses, estava conversando com uma consulente sobre animais e espiritualidade. Ela me contou sobre seu gato chamado Elias.
Elias ficava na janela nos dias de chuva, melancólico. Não ia para o quintal de jeito nenhum. Nos dias de Sol, era um gato ativo e corria o quintal todo antes de dormir.
Um dia, ela recebeu a visita de uma tia. Tia Solange. Mulher que sumiu por anos da família, numa viagem com seu esposo, que tinha falecido há pouco tempo.
Tia Solange pediu para ficar alguns dias e disse que ajudaria nas contas da casa. Ela aceitou. O gato? Odiou. Ele rondava a tia e miava alto. Aborrecido. Pelos eriçados. De noite, arranhava a porta do quarto dela. De dia, avançava até uma certa distância e depois sumia. Mesmo na chuva.
Depois de uns 3 dias, a tia saiu para comprar algo e voltou com uma sacola preta. Não dava para ver o que tinha ali. E o gato não gostou. A chuva estava apertada, terrível, mas Elias avançou nela com as 4 patas armadas. Ele miava sem parar, rosnava e mostrava os dentes com toda ferocidade. A tia não conseguia entrar na casa. Repetidas vezes, ele bateu nela e na sacola. Ele até mordeu a mão dela. A consulente, vendo tudo da janela e pedindo para ele parar, sentiu um “estalo” na mente e decidiu pedir para a tia mostrar o que tinha na sacola.
A tia não aceitou de jeito nenhum. Xingando o gato de peste e demônio, ela tentava bater nele com o guarda-chuva. De repente, o gato mordeu a mão dela com tanta força, que a sacola voou da mão dela, e caiu no chão. As águas da chuva pareciam puxar as coisas de dentro da sacola e logo foi revelado seu conteúdo: um livro de capa preta, velas com formato de gente, um líquido num vidro velho, e selos de Salomão gravados em prata. Na hora, a consulente não sabia o que era, mas confiou no gato e expulsou a tia.
E o gato Elias? Ele voltou a ficar tranquilo. Na janela nos dias de chuva, e correndo no quintal nos dias de Sol, sem implicar com ninguém.
Anos depois, a tia foi internada num hospital psiquiátrico e confessou que ia tentar um ritual que leu sobre trazer a pessoa amada do mundo dos mortos. Ela chorou muito e pediu desculpas.
É cada história louca, né?
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Beijokas!
Autor: Rosea Bellator
E-mail: [email protected]
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