Esse tal chamado acontece sim. Aparece como sinais. O problema é quando a pessoa está ansiosa querendo um sinal. Tudo se tornará um sinal! E quando a pessoa é cética? Ela se recusa a levar qualquer sinal a sério, tudo é coincidência.
Poxa vida! E então, como saber se é ou não um chamado dos deuses? Vai depender de pessoa para pessoa. Quando de fato é um chamado, há uma ligação. Você sente, do fundo da alma que é. Você não precisará perguntar para ninguém.
Como sempre vemos tudo bem exemplificado por aqui, que tal uma historinha?
“Um belo dia, Raquel começou a conhecer a magia e uma certa deusa. Não sabia direito o que era e ficou com medo. A tal deusa era assustadora! Bem, ela cresceu num lar cristão, então não entendia nada de deuses e deusas. A única mitologia que conhecia, de forma muito superficial, era a mitologia Grega.
Pois bem. Raquelzinha resolveu deixar aquilo de lado. Com o tempo, ela conheceu muita gente, e cada um dizia uma coisa. Cada uma tinha uma fórmula secreta para obter o seu chamado, alguns até pareciam um pedido de convite no Orkut! Por ser muito cética, e por ter ouvido muita coisa, Raquel acabou não ouvindo a ninguém e resolveu fazer ter sua própria experiência.
Por achar Afrodite bondosa por ser a deusa do amor, na mitologia grega, Raquel resolveu tentar proximidade. Ela tentou um bocado de coisas como rituais, culto, meditação… e não rolou. Simplesmente não sentia nada, nenhuma conexão, não sentia a tal energia que todos falavam. Não ouvia o tal chamado. Seria uma voz que viria no meio da noite? Como era isso? Raquel já estava começando achar que era mentira das pessoas que tinha conversado.
Não muito tempo depois, ela conheceu uma pessoa, daquelas que aparece do nada e some depois, que deu pra ela o Oráculo da Deusa. Empolgada, abriu a caixa na mesma hora. Assim que abriu as cartas, caiu a carta de uma deusa. A tal deusa que tinha achado terrível, há um tempo atrás. Ok, sem problemas. Aí abriu o livro. Abriu certinho na página da carta que caiu.
Cética, ela achou que era só coincidência. Ora, onde já se viu, não é mesmo? Um chamado não poderia ocorrer daquela forma!
Algum tempo depois, indo olhar na internet, sem buscar o nome da tal deusa, sem querer ela começou a achar vários blogs e sites falando a mesma coisa. Ok… ok… coincidências novamente. Afinal, era até uma deusa conhecida. E também a deusa tinha como domínio os felinos, animais que a Raquel adora! Claro que era coincidência!
Mas ela resolveu dar uma espiada. Quando começou a ler sobre a deusa com afinco e boa vontade, na hora sentiu ligação. Como se alguém tivesse acendido uma fogueira em seu coração. Depois disso, ela sonhou com um ritual. O engraçado é que ela é PÉSSIMA em lembrar de sonhos, e esse ela lembrava numa boa.
Como não era um ritual difícil, ela tentou fazer.
Durante esse ritual, ele teve certeza: aquela era a deusa que morava dentro de si. Sua essência.
Sem pestanejar, aceitou de bom grado a vinda da divindade e passou a experienciar essa nova fase – mesmo um pouco assustada com certas coisas que vivenciava. Por alguns anos ela cultuou apenas essa deusa, até que resolveu dedicar-se e depois de muito tempo, iniciou-se. Foram 3 anos ao total. Foram 3 longos anos de aprendizado real, na prática, ouvindo sua deusa, tentando ao máximo focar em seu espiritual. No quarto ano, por algum motivo que ela não entendeu, essa conexão sumiu!
Raquel ficou sem uma resposta, mas confiou. Deu tempo ao tempo.
Aos poucos, naquele mesmo ano, descobriu outra deusa dentro de si. É claro que ela ficou surpresa! Outro chamado? Só que, como Raquel já tinha aprendido muita coisa ao lado da deusa que descobrira inicialmente, e por isso resolveu entender mais o que estava acontecendo. Será mesmo que era outra deusa que estava chegando?
Tentou. Permitiu-se. Cultuou a nova deusa e sentiu grande conexão também, assim como foi com a primeira! Seria possível? O que tinha acontecido afinal?
Algum tempo depois, a deusa anterior ressurgiu. Como um incêndio, trouxe uma grande energia, fazendo Raquel lembrar-se de alguns anos atrás, de sua curiosidade e vontade de descobrir tudo ao seu redor. Da menina iniciante que demorou para entender “pequenas coincidências”. Entretanto, assim que ela entrou naquela onda de energia, a deusa sumiu novamente… Quando voltava a “esfriar”, a deusa voltava!
Raquel passou a prestar atenção e notou que a deusa vinha em momentos certos: em dias de raiva, em dias que precisava lutar com todas as forças por algo. Em dias que precisava ter muita energia para construir seus sonhos.
E assim “por acaso” essa primeira deusa transformou Raquel no início de sua jornada… E que transformação! Raquel era a típica moça que dizia sim pra todo mundo, mesmo que no final se desse muito mal, pois tinha medo de ficar só. Sekhmet é o nome dessa deusa. A deusa que mostrou as forças dentro de Raquel, que a ensinou a ser ela mesma, que a ensinou a ser uma mulher confiante. Ou seja, fez Raquel acordar em si suas maiores essências como deusa, seu ponto forte. Foi com essa força e confiança que conseguiu seguir adiante sem medo e entregou-se na busca da nova deusa que crescia a cada dia.
Essa outra deusa manifestava-se melhor em momentos de aprendizado didático, aprendizado sobre pessoas, enquanto Raquel precisava explicar algo para alguém ou mesmo criar algo como um texto. De fato, Raquel precisava dessa força. Estava num momento totalmente diferente, onde finalmente decidia coisas importantíssimas em sua vida, como trabalhar por conta própria. O nome dessa segunda deusa é Athena. Ah… como Athena, com toda sua diplomacia, estratégias e inteligência, era bem-vinda!
Olhando para trás, Raquel começou a entender muitos fatos que seriam chamados de coincidências, que tinham tudo a ver com as duas deusas que descobrira dentro de si. Que realmente admirava e sentia a tal conexão e energia que tanto falavam. Não foi uma questão de querer, mas de sentir. Como amar. Você não simplesmente escolhe por quem seu coração vai se apaixonar, essas coisas acontecem.
Ora…Não passou um ano, mas Raquel resolveu dedicar-se a Athena também, assim como fez com Sekhmet. Ela ainda não se toca em todas as coincidências, ainda é muito cética, e busca sempre passar o que aprendeu.
Algumas coisas é nossa mente buscando, desesperada, nos satisfazer… porém, há outras situações que não se pode ignorar, o sentimento é certeiro, a intuição grita. Não é só um querer.
Raquel conhece outras deusas e deuses? Sim, conhece e sente afinidade com outras deusas também, bem como faz rituais, mas essas duas são maiores. Athena representa seu lado intelectual, que não abre mão da guerra se esta for necessária, mas fará de tudo para vencer sem muito sangue. Representa seu lado curiosa, leitora voraz, suas variadas habilidades artesanais, que servem bem para si mesma. Athena tem seu lugar especial. Porém, é Sekhmet, com suas idas e vindas na hora certa, com seu rugido que fez a menina tremer e então voltar como mulher guerreira, que é o seu maior amor. Esta representa sua força de vontade e cicatrizes que ninguém nunca compreenderia, e ela não faz questão que compreendam.
Vão aparecer mais coincidências? Vão. Ela vai ter que prestar atenção em cada uma delas? Vai. Vão aparecer pessoas em seu caminho apenas para lhe mostrar algo e sumir novamente? Sim. Podem acontecer outros chamados? Sim. Novas identificações ou descobertas dentro de si acontecem o tempo todo!
Vai acontecer com ela e com muitas outras pessoas, pessoas que se permitirem e ouvirem com carinho.
Essa conexão acontece. O chamado dos deuses é real. Cada deus ou deusa vem num momento diferente, quando tem que ser. Não adianta forçar. Com cada pessoa acontece de uma forma, umas de forma mais fácil, outras em situações mais difíceis… preste atenção em si e vai surgir sua oportunidade de ouvir os deuses.
Abençoados sejam todos!
Autor: Rosea Bellator
E-mail: [email protected]
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