Tormento…
Dias sem paz,
Dias inquietos esperando o futuro.
Não importa para onde olhasse,
um tormento me invadia,
não me deixava fechar os olhos,
não conseguia relaxar.
Nem mesmo meditar.
Falando com alguém,
Mal consigo continuar uma conversa.
Minha mente está bagunçada.
As palavras não saem coerentemente,
Uma impaciência me domina,
Mas eu adoro conversar…
Eu adoro… tantas coisas!
E agora mal me reconheço.
A pessoa logo se desinteressa,
compreendo, estou sendo horrível.
Por favor, não me deixe
Estou em dias ruins…
Não consigo me levantar..
Dê-me a mão?
Em seguida veio os pensamentos destrutivos.
Aqueles que nos fazem querer largar tudo,
Nos isolar..
Oh Tormento!
De repente largar a magia parecia a hora certa
Ou quem sabe abandonar meu amor
Ou seria este que estaria me abandonando?
Eu não sabia o que queria.
Nada parecia bom.
Era alguém depressivo,
Tentando desprender-se da vida.
O que houve comigo?
Nenhum feitiço funcionava
E eu cada vez menos acreditava.
Cada dia, cada hora, cada minuto…
Uma sensação de vazio…
De que eu nunca seria alguém…
De que nada daria certo…
De que ninguém estava ao meu lado!
Como isso aconteceu?
Como deixei isso crescer?
Chegou Setembro,
com suas cores pastéis…
Loucas para fazerem as flores
desabrocharem… tão belas!
Então eu ainda estava ali
no passado atormentado.
Mas porque eu?
Porque eu fora contaminada com aquele desgosto repentino?
Eu continuaria me vitimizando,
porém uma voz quente…
Uma mão solidária apareceu.
Acariciou-me o rosto e pediu que olhasse meu reflexo.
Medo, pavor, desespero, agonia.
De repente era como se fosse confortável reclamar…
Como se minha situação estivesse boa…
Senti um furacão por dentro
Uma luz tentava crescer,
mas eu mesma não permitia.
Parecia demais!
Parecia muito forte!
Uma grande responsabilidade!
Seria amor?
O que era aquele sentimento forte,
que estava dormindo dentro de mim
e que acordara e então mostrava-se
tão
inabalável?
A luz me forçou a abrir-me
Era tão deliciosa que não pude resistir
Olhei-me no espelho
Oh, que estado!
Olheiras fundas,
pele sem cor…
Coração fraco.
A mesma mão que me chamou
agora me ajudava a levantar-me
com toda paciência.
Fez-me ver por dentro de mim
Quem sou eu.
Fez-me sentir a vida
Fez-me conseguir olhar no espelho
E então não havia mais aquela aparência doente
Mas ainda havia um detalhe perdido
O que estaria faltando?
Eu precisava de um tempo sozinha
O tormento de certa forma continuava
porém em sua forma mais leve,
ainda inquietante.
Temendo que voltasse a crescer,
Fechei os olhos e gritei internamente
O que eu preciso para voltar a me amar como antes?
Foi aí que senti um estalo
Era isso mesmo!
eu só precisava me amar novamente…
Me semear,
Me regar,
Me permitir crescer e sentir a luz voltar a tocar minha alma!
Rosea Bellator
(Sim, “Tormento” foi baseado numa fase ruim que passei agora em Agosto, espero que este texto sirva para outras pessoas saberem que não passam por isso sozinhas… este sentimento ruim vem de repente e nos ceifa devagar, quando percebemos estamos mergulhamos num tormento infinito… Liberte-se, você é muito maior do que isso!)