Por que fazer rituais? Por que fazer cultos? São necessários?
Quando se entra nessa fase, é bom ter bastante responsabilidade e determinação, pois exige dedicação, respeito e amor verdadeiro pelo que se faz e por sua divindade. Vamos ver o porquê?
Levante a mão quem já ouviu um amiguinho reclamando que fez um ritual pra um deus ou deusa e não deu em nada.
Pois é. Vamos analisar o caso, que acontece cerca de 95% das vezes (os outros 5% a pessoa é leiga e apressada, pois não foi caçar mais informações antes).
O amiguinho não fazia ideia, não conhecia o tal deus ou deusa que era mencionado no ritual. Nunca prestou um culto. Nada. Simplesmente leu por aí, em qualquer lugar, e pensou: uau, vou fazer!
O ritual pode ter sido LINDO, perfeito, estilo Hollywood, mas foi só da boca pra fora mesmo. O amiguinho não fez oferenda depois em agradecimento. No mínimo, o pensamento foi: “Pra que fazer oferenda? Meu desejo ainda não se realizou! Só agradeço depois!” Sempre assim, bem ingratos. Tem deuses que, digamos assim, ficam muito irados com esse tipo de comportamento e são capazes de fazer tudo ao contrário. Pediu prosperidade e não agradeceu? Então toma uma perda de emprego. Pediu um amor e não agradeceu, não fez cultos nem nada? Nem uma oferenda? Então toma antipatia, ninguém vai te querer de vez!
Achou tenso? Mas é assim mesmo.
Veja você.
Imagine que veio um fulano que nunca te viu e te pede um prato de comida. Aí você vai fazer ainda, porque você não tem comida feita. A pessoa, super apressada e ingrata, vai embora, não espera você terminar e nem agradece.
Tem gente que vai dizer que “eu tenho dó de gente assim” e vai ter gente que vai dizer “filho duma puta, tomara que passe fome!”. Agora imagine essas reações na proporção de deuses. Não, os deuses não são todos “fofinhos, bonzinhos, que morrem de dó de você”. Alguns terão piedade, alguns ignoram, alguns vão te dar um toque e tem aqueles que vão jogar alguma praga em você (justamente esses que o povo adora chamar para dar fim em alguém).
E antes que alguém diga que um deus que jogar praga é demônio, recomendo que leia pelo menos a mitologia grega.
O que seria uma praga? Perder o emprego, perder o namorado/a, se sair mal numa situação, acontecer alguma coisa que te desagrade.
Então, Rosea, como faço?
Antes de falar como fazer rituais e cultos, gostaria que tivessem em mente que existem diversas tradições, linhas e filosofias diferentes de magia, portanto, veremos diferenças, mas, no geral, é dessa forma, pois a base de tudo é o respeito.
Digamos que eu ainda não me identifiquei com deus ou deusa nenhuma. Posso fazer um ritual? Pode. Digamos agora, que eu escolhi a deusa Deméter e fiz um ritual pedindo fertilidade e prosperidade.
- Em qualquer ritual, de qualquer deus, especifique o que deseja (pelamordedeus!). Apenas dizer que quer fertilidade e não dizer se é fertilidade pra ter filho ou fertilidade de ideias ou de projetos e na vida financeira pode te trazer a tal fertilidade vir da forma que o deus quiser.
- Qualquer ritual deve ser feito de corpo e alma. Não repita palavras em vão, elas não tem qualquer valor.
- Sem mesquinhez. O ritual pede um vela grande, então leve vela grande. Ah, mas tá cara. Problema seu. Não gostou, não faça. Se é pra fazer porqueira, não faça, sério. Isso é um baita desrespeito.
- Decidiu que vai fazer um ritual? PESQUISE sobre esse deus/deusa. Quando digo pesquisar não é jogar o nome no Google, ir na Wikipedia e fazer aquela leitura “dinâmica” (para não dizer que só passou os olhos e nem leu nada). Ah, mas que chato, pra que isso? Para não fazer cagada – essa é a palavra. Você vai pesquisar para ter noção de quem é esse deus que vai fazer um ritual: se é um deus que gosta de festas e vinho (então tem que rolar música e vinho no ritual), se é um deus que pede autosacrifícios, como jejum, como voto de silêncio, ou qualquer coisa que você imaginar. Tem coisas bem leves, tem coisas bem duras, só depende de quem você vai cultuar e o que você vai pedir no ritual.
- “Legal, vou fazer um ritual, mas estou com medo”. Nem faça. Vejamos um exemplo: Sekhmet. É uma deusa leoa (pesquise sobre o animal e vai ver como ele é) e deusa da guerra (o que temos na guerra? Pense nisso). Fazer um ritual para essa deusa com medo é pedir para ser ignorado ou para que ela te faça passar por algo terrível para que aprenda a ter coragem. Não gostou? Não faça rituais pra ela. Fique longe.
Muito bem. Coisa básica, que quem não sabia agora sabe – afinal, ninguém nasce sabendo.
Agora, voltando ao exemplo, digamos que eu tenha feito o ritual de Deméter que eu tanto queria. Fiz tudo direitinho, com todo repeito (como vimos acima). E agora?
- Como foi o ritual? Sentiu a energia da divindade? Gostou? Identificou-se? Ótimo. Agora passe a fazer cultos e oferendas, agradecendo sempre, compartilhando pensamentos, e seguindo os conselhos que virão. Se as coisas andarem de forma que sinta que isso te faz bem, ora, prossiga adiante com essa divindade! Pronto, achou o que precisava!
- Como foi o ritual? Não sentiu a energia da divindade? Mesmo fazendo tudo direitinho isso pode sim acontecer. Basicamente sua energia nada tem a ver com a divindade escolhida. Pode até ser que resulte em algo, mas não terá o mesmo poder de quando se há afinidade.
- Como foi o ritual? Sentiu uma boa energia, mas não se sentiu que isso é para você? Não faz mal. Mesmo fazendo tudo direitinho isso acontece. Mais uma vez, pode até resultar em algo, mas não é o que você quer ainda. Essa energia não bateu com a sua, então sim, mude de divindade.
- Em qualquer dos casos acima, FAÇA SIM OFERENDA, AGRADEÇA SIM. Mesmo quando não foi bem o que você esperava, deve-se sim agradecer, apenas não haverá continuidade nos cultos. Agradeça, despeça-se. Fim. Já pode partir pra outra.
Ok, fiz o ritual, gostei (ou não) de como as coisas se encaminharam. Fiz as oferendas, agradeci. Quanto tempo demora pra ter efeito?
Fazer a magia acontecer não é como fazer compras. Fazer compras tem um prazo de entrega do produto, e se não for entregue você pode processar ou pedir a grana de volta. Na magia isso não acontece. Não vai sair uma notinha fiscal depois do ritual dizendo “Aguarde 15 dias e terá seu resultado ou peça seu dinheiro de volta”. Nem vai aparecer uma luz com uma voz angelical dizendo “Tá tudo beleza, deu certinho, viu? Agora só esperar uns 5 dias e terá seu pedido”. Não, não e não.
Podemos dizer, no geral, que temos uma lunação inteira até acontecer nosso pedido. Falarei de mim: já teve fez que fui atendida no dia seguinte, inesperadamente. Teve vez de eu ser atendida quase 2 meses depois. Teve vez de meu pedido acontecer durante um sabbath ou no finalzinho da lunação.
Poxa, então o que eu faço? Sento e espero?
Claro que não! Você vai tocando sua vida, da melhor forma, coerentemente com o que pediu. O que isso quer dizer? Se você pediu emprego, por exemplo, não vai ficar em casa chorando as pitangas. Você vai entregar currículos. A magia acontece no plano astral, será a tal “nossa, que sorte, eu fui chamado, nem esperava”. Ou então você queria uma promoção, mas seu chefe é um mão de vaca. Eis que um belo dia – qualquer dia depois do ritual/feitiço – o chefe acorda decidido que você vai ter um aumento! É povo, é assim que as coisas acontecem.
Agora falando de deuses e seus cultos
Cultos devem acontecer quando você finalmente descobriu a divindade que ilumina sua vida. Quando sentir conexão com alguma divindade.
Antes que me venham com: Ai meu deus, como descubro minha divindade?… Gente, não tem fórmula mágica…. infelizmente. Temos rituais que podem ajudar, mas se a divindade não quiser ser descoberta, por motivos que não sabemos, não saberemos.
Uma coisa que acontece bastante é conhecer um deus dentro de um filme, quadrinhos, séries e achar que aquela é a realidade do deus/deusa representado. Gente, mais uma vez, repito: Hollywood é Hollywood. Realidade é outra coisa! Filmes, séries, quadrinhos, qualquer forma de entretenimento não tem OBRIGAÇÃO NENHUMA de mostrar como as coisas são de verdade, senão não seria um entretenimento, mas sim um documentário. Muito dificilmente você vai ver uma forma de entretenimento, por exemplo, mostrando um deus tal como ele realmente é representado na cultura dele. Raramente! E como sabemos disso? Estudando! Pesquisando! Exemplo disso é essa é série nova “Salém”, a qual ouvi de um monte de amigos que é um absurdo retratarem certas bruxas como malignas. Gente, ISSO É UMA SÉRIE. Vai ter retardado usando a série para dizer que bruxa é do capeta? Vai. Sempre vai ter gente pra tudo. Vai ter filme dizendo que deuses não existem, vai ter livro dizendo que existe um acampamento de humanos filhos de deuses, etc.
Continuemos…
Então, como descubro minha divindade? Meditações, prestando atenção nas energias que você emana, em estudos (porque ninguém nasce sabendo!), prestando atenção no tipo de energia que lhe atrai de verdade (e não pra fazer pose pros outros!).
Você vai cultuar, admirar, receber energias e enviar energias para uma divindade que tem a ver com você. Para um ser que você sente que é como uma extensão sua. Há quem afirme que cultua um deus/deusa porque sente sua energia desde vidas passadas. Há quem cultue um deus/deusa porque um belo dia o descobriu e sentiu na hora que aquilo era bom pra ela. O segredo é: não pode ter dúvidas.
“Ah, acho Afrodite uma deusa interessante, mas não sei…”
Se isso for sinceramente, então não é pra você. Simples assim.
Num mundo onde a informação está tão disponível, como o nosso, como que a pessoa diz que não achou NADA sobre um deus tal? Impossível! Pode achar pouca coisa no Google, mas vai achar títulos de livros, etc. Estudar magia não é mole mesmo, então vai ter sim vezes que será necessário pagar mais caro em um livro. Lide com isso.
Cultos são coisa séria.
Tenha uma frequência. Exemplo: toda lua cheia farei cultos pra minha deusa.
Cultuar é honrar, agradecer, admirar. É estar sempre em contato com sua divindade.
O que fazer num culto? Gente, usem a criatividade! “Ah, mas eu não sei nada”, então volte pros livros! Leia mais mitos da sua divindade. Leia livros específicos deles, feitos por outras pessoas que dedicaram-se para isso. Não se limite a um autor, leia vários – isso é, se você realmente quer isso.
Deixarei algumas dicas: Os cultos variam de acordo com a divindade a ser cultuada. Tem cultos que acontecem em forma de festival, como Diwali, o Festival da Luz na Índia, como o Natal, que é um culto pra Jesus, ou como um sabbath, que é um culto à natureza, aos deuses, à roda da vida. Tem cultos que se faz com danças, cantorias. Tem cultos que se fazem com meditações. Tem cultos que se fazem com poesias. Tem aqueles que há comes e bebes. Tem aqueles com sacrifício. Tem aqueles com… uma infinidade de coisas.
Poxa… mas eu não quero cultuar deuses!
Então não os chame nos rituais!
É como uma visita: não quer aquela irmã chata na sua casa? Não chame. E se ela inventar de querer vir, corte o barato na hora. Mas também não vai procurar por ela.
Existem rituais onde chamamos somente as forças da natureza. E será ela quem receberá sua dedicação, seus cultos.
Se algum dia você mudar de ideia, e resolver que sim, agora você quer cultuar deuses, então chame-os, apenas lembre-se da sua responsabilidade.
Difícil? Fácil?
Depende do empenho de cada um, pois todos somos capazes. Quando o coração é verdadeiro, os deuses dão um jeito de fazer as coisas darem certo. Falo por experiência própria e por diversos casos que já vi.
Até a próxima pessoal!
Rosea Bellator
E-mail: [email protected]
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