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“Então a Sacerdotisa se ajoelhou perante a Lua, que se mostrava Bela e Perfeita, Prateada, no Céu.
Um poder sem igual!
 
De olhos fixos naquela Aura Rosada, sentindo-se vigiada pela Floresta, sussurrou aos Ventos na esperança de que suas palavras, todas ditas de coração, chegassem à Deusa!
 
Oh, Senhora… Já não durmo mais! Meus dias são duros e pesados. O riso morre rápido, mesmo se regado a vinho! Eu imploro, Grande Mãe, diga-me… Por quê?
 
Num segundo de tristeza, na certeza de que jamais “ouviria” palavras do além, teve uma visão!
 
Lembrou-se de quando vestiu o véu negro e aceitou seus dons com carinho. Lembrou-se de quando saiu da ignorância, e viu o futuro. Lembrou-se, por fim, de que era instrumento de transformação, em carne mortal.
 
Abriu os olhos, em lágrimas, pois fora abençoada. A Memória é uma joia Rara entre os humanos. Sempre à disposição, contudo, preferem sempre jogar no fundo do porão. Mas ela? Não!
 
A Sacerdotisa levantou-se diferente de antes. Era como se a Lua brilhasse exclusivamente para ela. O céu, em festa, lhe contava histórias do passado, do presente e do futuro. E ela repassaria aos outros, como era esperado.
 
Mas… Desta vez, ela lembraria ser Mortal. Sabendo seus limites, permitiria-se a apenas viver um momento por vez. Nada de sofrer por antecipação.
O Ofício é Sagrado. Sacrificado. E também de um Prazer único, extasiante, que é ser tocada pela Deusa.
 
Ela não chora mais. Está deitada, dormindo contente, sonhando sonhos bobos, felizes. Sonhos cheios de mensagens, dramas, horrores e amores.
 
Ah, mas A Sacerdotisa não esquenta, não! Amanhã, quando acordar, depois de seu chá, ela vai se sentar e anotar. Se for mensagem, vai repassar. Se for triste, lamenta. Se for feliz, celebra.
 
A vida segue. Um dia ela se juntará ao Todo, e uma nova Sacerdotisa tomara seu lugar. Um eterno Ciclo da Vida. Não há com o que se preocupar.
 
Não há com o que se preocupar.”
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Que assim Seja!

 

Até!

Autor: Rosea Bellator
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