Certamente você já assistiu, se não, assista já! Vamos analisar o filme : Jovens Bruxas!
Você deve estar pensando: mas que bobagem!
Não meus caros, não é bobagem e nem somente para entretenimento, proponho esta análise para reflexão. Vamos começar?
Título Original do Filme: The Craft (Filme no Brasil: Jovens Bruxas), 1996
Sinopse: Uma jovem se muda de São Francisco para Los Angeles para começar uma nova vida. Lá conhece três alunas do colégio onde estuda que se dedicam ao ocultismo e à magia (tanto que têm a fama de bruxas entre seus colegas). Quando as quatro fazem amizade e começam a praticar magia juntas, desencadeiam um poder que foge do controle, gerando trágicas conseqüências (Fonte: Imdb).
Antes de mostrar os pontos, vamos ter em mente que:
- O filme fala sobre bruxaria sim, wicca pra ser específica, mas não mencionam o nome;
- Tem sensacionalismo: TEM, mas alguém estudou bastante para escrever o script;
- Ensina coisas interessantes e verdadeiras;
- E por último e não menos importante: mostra uma realidade comportamental INCRÍVEL.
Agora peço que tente se lembrar do filme ou assista-o assim que terminar de ler esse artigo. Vamos analisar sem uma ordem específica, ok?
1 – O filme fala sobre um tipo de magia conhecida chamada Glamoury: O que é mentira/exagero: não mudamos literalmente a forma física, como a personagem muda os cabelos, olhos e rosto. O que é verdade/fato: glamoury nos faz atraentes, belos, é como uma ilusão que nos dá maior carisma e auto-confiança.
2 – O comportamento de Nancy (a bruxa que perde o controle do poder): O que é mentira/exagero: não adianta querer imitá-la, você não vai sair voando e com super poderes capazes de arremessar alguém de uma janela. O que é verdade/fato: sim, ganhamos poderes na bruxaria e isso pode fazer algumas pessoas se sentirem grandes e poderosas esquecendo a família, amigos e causar desgraça na vida dos outros. É o que chamamos de guerra de egos, se você é bruxo já conhece isso (infelizmente).
3 – Quanto ao comportamento zombeteiro, narcisista e os desejos das outras duas (Bonnie e Rochelle) depois de conseguirem o que queria também não é novidade. Acontece muito disso.
4 – Toda vez que elas fazem uma magia, ficam repetindo as palavras – isso é um mantra. O que é mentira/exagero: mantra não te dá os super poderes. O que é verdade/fato: o mantra deve ser repetido, em toda magia é usado, seja em forma de música, em pensamento ou voz alta.
5 – A magia que fazem a personagem Rochelle levitar: bobagem.
6 – No início do filme a personagem Sarah foge de um mendigo que insiste em ir atrás dela para falar algo. Ela e as amigas atravessam a rua e ele é atropelado. Elas conversam e todas confessam que pensaram “Quero que ele seja atropelado”: O que é mentira/exagero: impossível dizer. O que é verdade/fato: a união de pensamentos de pessoas ligadas ou não tem grande poder podendo sim causar uma catástrofe do tipo.
7 – O filme mostra as pessoas ao redor, como os outros alunos, tratando-as mal apenas por terem escolhido esse caminho, ser bruxa. O que é mentira/exagero: nada. O que é verdade/fato: quem decidiu mostrar quem é para os outros sabe o que é isso… piadinhas de mal gosto aqui, gente achando que você vendeu a alma ali, e isso sem contar os deboches, tentativas de conversão ou exorcismo e maus tratos porque você não segue a religião/crença/filosofia da maioria. Isso não acontece somente na bruxaria… infelizmente.
8 – A loja belíssima de esoterismo e aquela vendedora gente boa. O que é mentira/exagero: a parte que ela leva a Sarah para seu altar secreto e acende todas as velas de uma vez e todo aquele poder… puro exagero. O que é verdade/fato: lojas esotéricas e vendedores que são de fato bruxos e nos ajudam com problemas de ataques mágicos e outros problemas é algo que acontece normalmente. Nem todo vendedor esotérico é charlatão e vende porcarias.
9 – O punhal/adaga que usam apontando no pescoço uma da outra no momento de juramento na floresta chama-se athame e não é usado para machucar.
10 – As palavras que usam no juramento (para abrir o coven) são sobre total amor e confiança uma nas outras: isso é verdade, importante e essencial para as bruxas.
11 – No começo as meninas precisavam de uma quarta pessoa para fazer um círculo. Conhecemos esse círculo como coven. Não é necessário exatamente 4 pessoas para formar um coven, mas o filme até acerta quando separa as personagens em 4 elementos/4 direções (que usamos muito na magia). Dependendo de como será o círculo, dependendo de como se usará a magia e os fins/objetivos é necessária e até limitada a quantidade de pessoas. Não é exatamente uma mentira ou verdade.
12 – Sim, diversos covens terminam como terminou o coven das personagens: 1 maluco se achando um deus e outros maria-vai-com-as-outras e 1 sendo acusado de qualquer coisa, mas nunca vi nem ouvi/li relatos de mortes ou coisas do tipo.
13 – A magia que Sarah faz para impedir Nancy de causar mal aos outros e a ela mesma – o que é mentira/exagero: Nancy simplesmente sabe (sem ninguém lhe contar e de um dia para o outro) que a magia foi feita e desfaz – uma magia que podemos chamar de “magia branca ou magia de defesa”. O que é verdade/fato: a magia existe e funciona: Pegar uma foto da pessoa, enrolar numa fita branca e citar o mantra”(Nome da pessoa), te impeço de causar o mal aos outros e a si mesmo”.
14 – A vendedora diz: que quando um feitiço é feito um dia ele retorna a quem fez três vezes mais forte – isto é conhecido entre os Wiccanos como Lei Tríplice, ou Lei do Retorno que não precisa ser exatamente 3x. Aqui nem preciso falar muito, basta dizer que é uma verdade/fato pois já diziam os ditados populares “Aqui se faz, aqui se paga” e “Colhemos o que plantamos”.
15 – A vendedora diz também que a magia não é negra nem branca, que a magia vem de dentro! Pura verdade/fato! Como eu já disse várias vezes aqui a magia é energia e vem de nós, vem da natureza. A natureza (nem nós) é do mal ou do bem, portanto a magia será feita baseada na vontade do momento: você deseja o mal ou o bem em seus feitiços?
16 – Mais uma a vez a vendedora! Quando Sarah pede ajuda com o feitiço de amor que fez para o rapaz da sala de aula (lembrando que ela pediu que o cara ficasse louco por ela) a vendedora diz: “Isso não é possível. Você consegue encerrar uma comporta depois de aberta?” Eu acredito que há sim como reverter, mas vai dar um trabalhão e não conheço muitas pessoas dispostas a se arriscar… (observação: comporta é uma barragem de água)
17 – O ritual da praia existe, mas não é feito exatamente daquela forma por motivos óbvios (ou seja, para ninguém querer copiar).
18 – Quem é o tal Manon que Nancy adora tanto e invoca para dentro de si? No filme é dito que esta é uma entidade/divindade que representa a natureza, mas nós bruxos sabemos que não há exatamente um nome que damos para a natureza (natureza é natureza, oras!). No máximo representamos a natureza com Gaia ou algum deus do tipo, mas Manon não. E… bom, vimos até aqui que o filme não é aleatório, ou seja, não foi feito sem algum estudo… Temos aqui algumas teorias: Teoria 1 – o que se diz por vários lugares é que é um nome fictício. Foi criado para impedir que as famosas cabecinhas de vento invocassem e resultasse em uma catástrofe – dizem que quem afirmou isso foi uma sacerdotisa que ficou como consultora do filme, seu nome seria Pat Devin e teria até mesmo iniciado uma das atrizes ao término das gravações. Teoria 2 – Manon é um nome bem parecido com Mamon, demônio descrito na bíblia como a avareza, a riqueza, ou literalmente “dinheiro” (bom, a personagem ficou rica e maluca mais do era… quem sabe não era mais ou menos isso que o diretor/roteirista quis dizer?). Teoria 3 – Manon poderia ser Mananan, deus gaélico dos mares, o que explicaria ter aparecido aqueles animais marinhos mortos na praia depois da invocação que as bruxas fazem. Nancy diz ser um presente… e não está de todo errada: se você fosse da era medieval e a comida viesse sem você precisar ir ao mar buscar (ato perigosíssimo sem os equipamentos de hoje) certamente seria um presente, mas nos dias de hoje seria somente uma demonstração de poder/manifestação de Manon para as bruxas e um desperdício de vidas dos animais.
19 – O que eu acho: Acredito na Teoria 1, não por inocência ou por ser bruxa, mas falando como alguém que gosta de cinema bem feito (para a época é sim bem feito!): acredito sim que a sacerdotisa que ficou como consultora tentou fazer algo próximo da realidade mas ao mesmo tempo fictício para poder impedir confusões ou coisa pior.
Após o estouro do filme, diversas pessoas tentaram copiar os feitiços e invocações do tal Manon, muitas procuraram saber sobre a bruxaria e até hoje há quem assista e se interesse de verdade ou apenas por curiosidade (falo isso devido não somente ao que podemos ler na internet, mas pelo número de pessoas que me perguntam sobre).
Aí fica a reflexão que eu queria propor: usar a magia e descobrir nossos dons é legal e útil, nos faz evoluir, mas… vale a pena deixar isso “subir pra cabeça” e esquecer a moral, os amigos, a família…?
Agora falando sem analisar? Eu gostei do filme! Assisti no fim de semana com meu namorado e fiquei falando o que era bobagem e o que era real pra ele! Hahaha! Muto bom rever um filme de quando eu era criança e achava que nada daquilo existia! Assistam, assim como esse existem outros filmes que valem a pena comparar o real com a pura bobagem Hollywoodiana! Boa sessão pipoca pra vocês! Em breve novas análises!
Rosea Bellator
ATENÇÃO: A reprodução parcial ou total deste texto é PROIBIDA e protegida por LEI. Para usar este texto entre em contato com a autora.
Quer ver outros artigos? Clique nos links abaixo: