“Porque anotar suas experiências? Elas valem mais que ouro”!
por Peregrina dos Mundos
Várias pessoas têm me procurado pedindo exercícios para desenvolver habilidades de percepção; e outras tantas têm me escrito dizendo o quanto sou irresponsável por passar este tipo de informação. Bom, quero começar dizendo que acredito sim que todos podem desenvolver este tipo de habilidade, é algo da nossa mente (ou da nossa condição humana) e está aí para ser usado tanto quanto a nossa capacidade de ler e aprender, os nossos braços e pernas, etc. Claro que tudo exige responsabilidade e ética e, acredito, sempre fui bastante clara neste aspecto. O segundo ponto é que esta é a minha visão desta realidade. É boa para mim e me ajuda a viver melhor. Não espero que seja boa para todos, aliás, meu objetivo contando minhas experiências e sugerindo exercícios é justamente que todos reflitam, avaliem e cheguem a conclusões que são boas para si (tanto quanto as minhas são boas para mim). Porque viver é isso, é dar significados e sentidos para a nossa própria realidade e para aquilo que percebemos do mudo.
Dito isso, e frente a essa situação, resolvi que o exercício que eu gostaria de ensinar, e que guiará os que se seguirão, será justamente a criação do nosso arquivo de experiências. Você pode fazê-lo numa parte do seu livro das sombras, no seu diário ou agenda, num caderninho qualquer, num arquivo no seu computador… enfim, o que importa aqui é anotar de uma forma que seja prático para você. Eu, pessoalmente, prefiro fazer isso num caderninho simples. A ideia aqui é bem simples, anotar as experiências que temos no campo da “paranormalidade” e no trabalho com energias.
Como anotar?
Quanto mais completo e mais detalhes, melhor. Vou passar o jeito como gosto de fazer, sendo que todos podem cortar o que não acharem útil ou acrescentar mais detalhes que julgarem necessários.
Data – Fase da lua – momento do dia em que aconteceu (manhã, tarde, noite, quase ao adormecer…) – Marque se for um dia “especial” (solstícios e equinócios, ou se há um eclipse, etc.)
Sobre você (está bem hoje? Tomou algum remédio, bebeu álcool ou excesso de cafeína, comeu algo diferente do comum para você, está com algum tipo de dor ou desconforto, está menstruada no caso das mulheres, dormiu bem na última noite, como está a vida sexual, teve conflitos com pessoas queridas, sentimentos desagradáveis? – Tudo isso é importante para um controle mais rigoroso. Para mim, sinto que excesso de cafeína ou álcool me atrapalha, assim como comidas muito gordurosas e difíceis de digerir, medicamentos ou um sono ruim).
Proposta – No caso de ter havido alguma. Por exemplo, se a experiência é o resultado de um exercício ou meditação orientada, anote aquilo que foi proposto com clareza. Se foi um acontecimento espontâneo (um sonho diferente, uma visão, uma “coincidência” muito simbólica, etc.) costumo escrever “acontecimento espontâneo”.
Relato – O que houve? Dê riqueza de detalhes! O que você viu, ouviu, percebeu, sentiu? Incluindo sentimentos comuns como medo, raiva, tranquilidade, amor… No caso de sonhos e visões ou outros tipos de acontecimentos espontâneos, é aqui onde você anota!
Resultados – Se havia uma proposta, ela foi cumprida satisfatoriamente? Seja sincero consigo mesmo e marque o que deu certo e o que não foi tão bom, pois é neste ponto que percebemos o que precisamos melhorar para que as experiências sejam cada vez mais ricas e que a gente realmente se desenvolva.
Para que eu faria isso
Eu sei, a vida é corrida, você tem mil trabalhos para entregar, seu chefe não larga do seu pé, seus filhos são pequenos e precisam de muita atenção, enfim, a vida de todos nós tem as suas exigências. Por que, então, parar tudo para escrever essas coisinhas?
O primeiro motivo, e o mais óbvio, é que anotando tudo certinho passamos a ter um controle claro de quando temos experiências desse tipo (caso sejam espontâneas) e/ou de como progredimos com os nossos estudos práticos. Conforme avançamos, podemos ter um mapa mais claro de como as coisas acontecem para nós. Por exemplo, quando a lua está na fase tal, fico mais intuitiva. Quando durmo mal ou bebo, as experiências não trazem resultados satisfatórios, pois minha concentração cai. E por aí vai.
Outro motivo é o “tipo” de energia com o qual estamos mexendo. Apesar de energia ser energia, as informações que ela carrega podem interferir em seus efeitos. Já comentei em outros artigos deste blog que tudo é energia. Pois bem, lidamos com energias o tempo inteiro sem que isso tenha nada de inusitado ou sobrenatural. O que acontece é que as energias com as quais lidamos no dia a dia comum (no trabalho ou escola, numa conversa com os amigos, numa refeição, na hora do banho, etc.) já estão carregadas de significados, sendo que esses significados são compartilhados entre as pessoas da nossa cultura. No máximo precisamos entender aos nossos olhos o que aquele amigo quis dizer ou o que o cliente está pedindo. Entretanto, quando lidamos com a energia mais pura, no sentido de ser menos carregada com significados compartilhados, precisamos lidar com ela de outra forma. Precisamos construir o significado e então dar a ela o nosso olhar mais pessoal.
Quem já esteve num hospital psiquiátrico (seja como paciente, seja como visitante ou como profissional) já notou a quantidade de pessoas que existem lá e que apresentam delírios de ordem místico-religiosa. Sim, falo de pessoas que se dizem filhos de deus, enviados do mal, que sabem de todos os mistérios e por isso vão resolver todos os problemas do mundo, e por aí vai. Muitas dessas pessoas realmente podem ter habilidades diferentes. E não souberam lidar com essa energia tão pura, tão livre de informações corriqueiras, o que fez “o poder subir a cabeça” como dizem, pois a energia e a prática não foi integrada ao dia a dia da pessoa.
Por isso, depois de trabalhos energéticos, mesmo que uma simples meditação, é importante trazer essa energia que acessamos para o dia a dia comum, e entre muitas outras formas, anotar as experiências é uma maneira bem útil de fazer isso, pois ao escrever, obrigatoriamente damos significados a essas informações, preenchendo-as com sentido, ou seja, dando o nosso olhar pessoal àquilo que vivenciamos. E assim conseguimos, pouco a pouco, fazer com que todas essas habilidades e informações componham a nossa realidade de forma bem particular, “bem nossa”. É assim, nos apropriando do que conhecemos, de técnicas e habilidades, que podemos manter o nosso equilíbrio, pois as coisas deixam de ser uma “esquisitice” ou algo a ser temido e passam a fazer parte do nosso normal.
Peregrina dos Mundos
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