“Como conheci a Magia”!

Hoje vamos conhecer a história da Thalia e da Luísa! Leia, veja que você não está sozinho! E caso ainda tenha medo da magia… pare com isso JÁ! Vamos lá?

conheci - chapéu de bruxaEu cresci numa família cristã, sendo que os únicos parentes de religiões diferentes moravam longe e eu quase nunca tinha contato com eles, exceto em ocasiões especiais. Minha prima era ocultista (até hoje não sei direito qual é a religião dela, porque, como já disse acima, ela mora longe) e a minha mãe e avó falavam cheias de horror sobre as crenças dela. Eu cresci achando que minha religião era a única certa, e eu era bem devota na época, chegando até a ouvir de alguns que eu seria freira, pastora, etc.

O problema é que, desde criança, eu nunca me conformei com o que a igreja ensinava, e sempre questionei tudo, e aí com o tempo a religião passou a me fazer mal, a me trazer problemas, e então minha mãe decidiu que era hora de parar. O processo todo foi gradual, ainda visitávamos a igreja algumas vezes mas com o tempo paramos de ir definitivamente. A minha família não gostou, mas teve que engolir. Depois de um tempo, fui me abrindo a novas culturas e percebi que o cristianismo realmente não era para mim.

Eu comecei a conhecer outras religiões, conheci principalmente religiões orientais, e gostei especialmente daquelas que tinham conexões com a natureza, religiões mais antigas e abertas. Não demorou muito e eu me auto-denominei praticante de uma dessas religiões (hoje eu acho que foi uma atitude um tanto precipitada da minha parte, já que na época eu era mais imatura). Mesmo assim, eu ainda sentia conflitos com vários aspectos da religião: ainda colocava a mulher numa posição de submissão, ainda lidava com ideias de bem e mal, acreditava em coisas que eu não conseguia acreditar por mais que tentasse.

De qualquer forma, eu apenas me centrei na parte da natureza e decidi ignorar o resto. Quando eu já estava mais velha, comecei a ter interesse por coisas mais sombrias, e gostei principalmente de programas que tratavam de temas sobre ocultismo. No começo eu fiquei assustada, mas depois passei a ter curiosidade. As pessoas tanto falavam de satanismo, illuminati e coisas do tipo que eu resolvi pesquisar e saber até que ponto o que falavam era verdade. Então eu comecei a ler e pesquisar sobre luciferianismo, satanismo LaVey e satanismo teísta, goécia e temas que eu, alguns anos atrás, nem ousaria pronunciar o nome. Foi então que eu me simpatizei pelo ocultismo. Eu vi nas crenças ocultas ideais que por anos eu reprimi.

Na época eu gostei especialmente do satanismo e do luciferianismo, e me perguntava às vezes se eu não era parte de alguma dessas crenças. Apesar disso, ainda haviam coisas, nos discursos satânicos e luciferianos, que eu não gostava, não me identificava. Como eu já era mais madura na época, disse a mim mesma que não iria sair por aí me dizendo satânica se eu ainda não tinha certeza que esse era meu caminho. Passado o tempo, conferindo um site que falava sobre ocultismo, vi algumas pessoas falando sobre Wicca.

O engraçado é que eu me lembro bem como conheci outras religiões, mas sempre que penso em como conheci a Wicca não consigo lembrar exatamente. Há um tempo atrás, quando eu ainda não havia me interessado pelo oculto, parei no blog de uma moça que falava sobre receitas encantadas, mas eu tinha achado que era brincadeira e e só fui entender depois, acho que foi esse meu primeiro contato com a Wicca. Foi beeeem gradual o meu interesse pela Wicca, no começo não vi muita graça, mas depois comecei a pesquisar direito e foi aí que eu percebi que me identifiquei, pela primeira vez, com uma religião. Aí eu comecei a ler livros, pesquisar mais e mais, e então eu vi que o caminho da Wicca era algo como o caminho que eu queria seguir. Demorou um tempão para eu contar para alguém, a primeira pessoa foi a minha mãe, que depois de sair da igreja se tornou agnóstica. Ela já desconfiava, porque às vezes eu comentava com ela, e ela me apoiou totalmente, inclusive se ofereceu para ajudar no que eu precisasse com relação a rituais e feitiços. Até hoje ela é a única pessoa da minha família que sabe, porque acho que contar para pessoas ignorantes ficarem se metendo na sua religião não vale a pena.

Pesquisei sobre mais vertentes do paganismo, conheci a Stregheria, Asatrú/Heathenry (não sei se existe alguma tradução para o português), etc. Depois com o tempo fui percebendo que eu não era exatamente uma wiccana, mas sim uma bruxa eclética, já que alguns de meus conceitos eram parecidos com os da bruxaria tradicional, outros da wicca, outros do meu coração. Acho muito chato quando uma religião fica desrespeitando outra sem conhecer direito, e depois de todas as experiências que tive, aprendi a respeitar igualmente todo tipo de religião, por mais que eu não concorde com determinada crença.

Eu ainda preciso, depois de muitos anos, lutar contra pensamentos negativos que surgem na minha mente, fruto da minha infância cheia de doutrinas (não estou dizendo que todos cristãos são infelizes e ignorantes, mas infelizmente a igreja que eu frequentava era muito conservadora e doutrinadora, do tipo que reprime o pensamento. Claro que eu sei que existem igrejas diferentes e que existem cristãos felizes), mas eu não deixo isso me abalar. Todos nós temos um desafio e o meu é esse. Me sinto muito mais feliz e mais leve no meu caminho como bruxa.

O paganismo me ajudou em muita coisa, me fez valorizar meu corpo, minhas características como mulher, me tornou mais aberta a experiências novas e ao auto-conhecimento, mais sábia e conectada com a natureza e com os meus ancestrais. A Deusa Mãe me ensinou que o prazer na vida não é nenhum pecado, e sim aquilo que traz alegria a nós. Aliás, me ensinou também que Deus ou Deusa não é um ser que nos observa a quem devemos temer, mas também uma parte de nós mesmos. A magia está tão presente nas nossas vidas, basta abrirmos os olhos para perceber, e então eu garanto que qualquer um irá acreditar tanto quanto eu!”

Thalía F.

lua“Olá, meu nome é Luísa e tenho 19 anos. Bom, vou tentar contar como cheguei até a bruxaria: Eu nasci e cresci em família católica mas sempre fui um pouco com o pé atrás com o catolicismo. Sempre fui muito apegada com animais, principalmente cães, e, quando pequena, minha avó tinha um cachorrinho que morreu no dia do meu aniversário de nove anos. Mesmo após a morte dele eu sempre o via sentado na escada da cozinha onde ele costumava ficar enquanto preparávamos o almoço, mesmo que fosse somente um vulto escuro ele sempre estava lá. Foi quando eu comecei a me questionar pois a igreja católica me ensinou que animais não tem alma e portanto não se pode ver espíritos de animais. E isso foi motivo de sarro por parte do pessoal da igreja quando, numa reunião, fiz uma reza pelo cãozinho falecido. Aquilo me magoou muito e eu abandonei de vez o catolicismo.

Decidi não acreditar em nada, o que não significa que eu não sentia coisas que me faziam questionar tudo que eu – não – acreditava. Eu sinto presenças e inclusive já senti ser tocada, nunca agressivamente, um leve toque nos ombros, nas mãos, na cabeça ou nos pés. Porém sentia muito medo, como resquício do que eu tinha aprendido na igreja católica. Além disso sempre fui muito ligada com a natureza, é onde me sinto bem e em paz, sinto muitas vezes raiva por morar em cidade grande pois não consigo ver as estrelas e me sinto distante e pequena sem conseguir admirar o céu e a lua, também sempre amei o fogo e a força dele.

Inconformada, comecei a pesquisar sobre paganismo porque sempre tive uma admiração pela magia e não demorei a me identificar, mesmo assim demorei três anos para aceitar que eu era bruxa, e agora minha vida é estudar cada vez mais e mais e meu maior exercício mental é me livrar do meu medo, não sei exatamente como eu consigo ver os vultos, sentir as presenças e os toques mas sei que eles não me farão mal e talvez até precisem de minha ajuda. Ainda sou iniciante e estou montando o meu altar, mas tenho certeza que jamais me arrependerei dessa decisão, finalmente encontrei meu lugar.”

 – Luísa
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Existem muitos bruxos solitários por aí que não entendem o que está acontecendo consigo mesmos, não entendem a situação ou mesmo têm medo – sua história de como tudo aconteceu pode ser o que falta para eles!

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