Está na hora de a gente bater um papo sobre sacerdócio.

Eu sou Sacerdotisa de Sekhmet. Tem quem seja sacerdote de Kali. Tem quem seja sacerdotisa de Cerridwen. Tem quem seja sacerdote de Afrodite… Tem quem é sacerdote de uma divindade e segue uma religião. Tem quem é sacerdote de uma divindade e não segue religião alguma.

Qual a diferença?

Primeiro é preciso entender qual o papel de um sacerdote para entender o sacerdócio.

Um sacerdote é uma pessoa devota a uma divindade, divindades ou religião ou caminho. O sacerdote também pode mediar entre uma pessoa e uma divindade. É normal que ensine outras pessoas sobre suas práticas, que oriente sobre algo espiritual. Pode ser que cobre, pode ser que não.

Segundo, para seguir adiante com o sacerdócio, temos que entender essa parte das divindades!

Bem, como já vimos aqui na Oficina das Bruxas, e em vários livros por aí, existem trocentas-sabe-se-lá-quantos-milhões de divindades no nosso lindo planetinha (e além dele, vai saber!). E as divindades são diferentes. Tem umas que são voltadas para o elemento água, umas para elemento fogo. Terra. Ou ar. Algumas não são bem voltadas a elemento algum, são voltadas para algo como sabedoria. Alegria. Guerra. Morte.

Então cada divindade tem sua característica, sua personalidade, sua maneira de lidar com as pessoas. Ensinam coisas diferentes. Vamos ver alguns exemplos simples que temos aqui no Santuário da Ordem da Lótus?

Eu sou sacerdotisa de Sekhmet. Deusa Leoa egípcia, do Sol. Deusa de Guerra, das Doenças e da Cura. Uma deusa que não usa armas, pois ela própria é uma arma viva. Afinal, é uma leoa de fogo! Ela não é uma deusa paciente como Lakshmi. Ela é uma deusa que chega como o fogo, e limpa tudo de uma vez, que traz energia para ser feito o que tem que ser na hora. Sekhmet quando é chamada aquece o local. Sua magia é veloz. Imagine o Sol do meio dia no deserto, fervente, poderoso. É essa a energia de Sekhmet.

Então sua sacerdotisa precisa aprender a lidar com isso. Precisa aprender a levantar a cabeça, e a cada vez que cair… levantar mais forte e mais irada. Uma sacerdotisa de Sekhmet precisa aprender a lidar com o elemento fogo, pois as magias da deusa, seja para curar, para banir, para prosperar quanto para purificar, é com fogo.

Uma simples meditação pode ser complicada se a sacerdotisa não praticar a paciência – que a Deusa não tem.  Por outro lado, uma magia de cura é muito facilitada. Um banimento é feito sem demora. Se alguém ficar doente, e houver uma sacerdotisa bem treinada por perto, esta pode ajudar com curas ou banimentos para a doença. Além dos unguentos que a deusa ensina, pastas, etc.

Agora, vamos comparar com um sacerdote de Kali.

Bem, Kali também não tem lá muita paciência, porém Kali é a deusa da Morte, e a morte sabe esperar. Kali também é a deusa da libertação. Ela pode muito bem quebrar qualquer corrente, amarração, qualquer porcaria que impeça uma pessoa de evoluir, seja no plano físico, seja no astral.

Por ser a Morte, Kali pode auxiliar um espírito perdido a achar seu rumo para a luz, da mesma maneira que engole e leva para o submundo espíritos malignos. Ela abre as portas para todos, e de acordo com o que merecem.

Como deve ser um sacerdote de Kali? Precisa ser centrado. Precisa meditar, chamar o mantra de Kali. Precisa, em suas meditações, ir visitar sua deusa no reino dela. E se aparecer algum espírito onde o sacerdote esteja, é só ele chamar a deusa e ela o auxiliará a dar destino a esse espírito. Se houver um espírito encostado em alguém, este sacerdote pode remover. Pode ser que seja difícil para um sacerdote de Kali lidar com os medos, ignorar com qualquer podre na vida dele. Kali é a morte, ela não aceita medos, limitações. E se o sacerdote tem algum medo, ela irá fazê-lo enfrentar isso. Somos humanos, é claro que vai ser difícil!

Ok… e esses sacerdotes são obrigados a seguir a religião da cultura de onde veio a divindade?

Não.

A pessoa pode apenas ser devota da tal divindade e não ter que seguir religião alguma. A pessoa pode querer ensinar outros sobre a tal divindade ou não. Ser um sacerdote de uma divindade e/ou religião/caminho não significa que você tenha a obrigação de ensinar outros. Tem quem se predisponha, tem quem nem fale que é sacerdote. Não há problema algum. Cada um tem seu caminho. Alguns preferem ser devotos solitários.

E se a pessoa quer ser devota de uma divindade e de uma religião? Oras, que seja!

São caminhos diferentes, entendem?

E eles variam de acordo com a missão ou intenção de cada pessoa. Eu escolhi me devotar à Sekhmet, e aceitei a missão de ajudar outros que a procurarem.

Tem quem não quer saber de ensinar ninguém, e segue sua devoção com sua divindade. Ok!

E todo sacerdote ou sacerdotisa de uma divindade será igual? Vão aprender exatamente as mesmas coisas? Como numa cartilha? Primeiro A, depois B, depois C…

Não.  Os caminhos são diferentes, pois cada espírito está nesta terra por uma missão e aprendizados diferentes. Tem quem já tenha entendido o que é Sabedoria, e não precise busca-la tão desesperadamente. Tem quem não entendeu nada sobre Sabedoria, e por isso terá que se esforçar o triplo para aprender.

Mais uma vez, a magia vem mostrando pra gente que tem que ser fluído. Que temos que aprender, temos que confiar, temos que olhar para dentro de nós. E se resolver ser devoto de uma divindade e seguir com seu sacerdócio, tire muito tempo de sua vida para compreender essa divindade. Para ouvi-la. Seja em sonho, meditação, intuições, momentos em rituais…  Não pense que, só porque Fulaninha escuta a deusa dela em sonhos que você também ouvirá. Com você pode ser que venha numa intuição, num flash. Pode vir como sinal através de outras pessoas.

Se vai seguir um sacerdócio, seja com uma divindade, seja com várias, seja com uma religião ou caminho, seja com uma divindade e uma religião… faça com amor. Com dedicação.

Tem dias que seguir adiante com sua devoção, com seu sacerdócio, será desesperador, tem dias que será lindo. Incrível. Recompensador! Não tem que ter medo disso. A vida é assim. Aliás, como evoluiríamos se não tivessem desafios?

Não fique medindo se você é mais ou menos sacerdote que Fulano ou Ciclano. Faça sua parte. Evolua de verdade. Se for ajudar outros, faça de verdade.

A diferença é que cada um saberá um ponto, uma experiência, talvez magias e rituais que o outro não saiba de maneiras diferentes. Mas… quem sabe de tudo? Ninguém!

Cada um de nós tem seu caminho.

Eu escolhi o sacerdócio. E se tivesse que escolher, faria tudo novamente.

Beijokas!

Autor: Rosea Bellator
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