Sorria, sinta a leveza do ar, liberte-se do controle!

por Gisela Cambui

Ouvimos e lemos a respeito de ter controle. Controle sobre situações, circunstâncias, coisas, pessoas… Tenho a impressão que ter controle vicia, quanto mais se tem, mais se quer ter.

exercício controle - gisela cambui
E quantas vezes paramos para nos perguntar por que almejamos tanto obter o controle?

Em muitos casos, ele provém do medo. Medo de que as coisas deem errado, medo de errar, medo de perder, medo de ter, medo do inesperado. No vale das sombras o que não falta são razões baseadas no medo.

Hoje percebo que a maioria das ideias a cerca do controle, encorajando-o, que ouvi por uma boa parte da vida estavam equivocadas.

O controle aprisiona, o controle é egoísta, o controle é autoritário, o controle é impiedoso[bb], o controle é irracional e quanto mais força eu fiz para ter o controle, mais profunda e dolorosa tornou-se a ferida.

Neste momento, proponho um pequeno exercício. Feche os seus olhos, visualize um céu cheio de estrelas e me diga, onde está o controle? Você o vê? Ao menos o percebe?

Contemplado as estrelas, tem vontade de controlá-las ou prefere ficar exatamente onde está admirando-as? As quer para si, ou prefere contemplá-las e dividir essa dádiva com todos os outros seres que sejam capazes de também admirá-la?

Agora, você sente uma leve brisa acariciar seu rosto; deseja que esse instante dure por toda a sua eternidade, entretanto dentro do seu ser reside o conhecimento de que a contemplação das estrelas não pode ser eterna, pois também pode contemplar o Sol, o mar, as flores… Infinitas possibilidades e sutilmente deixa as estrelas irem porque está ciente que nunca poderá controla-las e sente-se muito bem e feliz diante desta possibilidade.

Menosprezando todo o poderoso controle que o cerca, entende que sua Alma não tem limites porque faz parte do Infinito. Distraído se percebe sorrindo porque por um instante está livre e se solta, se desprende, se desapega, se desfaz em inúmeras partículas brilhantes do milagre da vida[bb].
Tem a sensação de continuar se desprendendo e o faz a cada situação que deixa de controlar vai ficando mais leve, tão leve que percebe que pode voar e então voa, voa…

Já amanheceu. O Sol brilha e você está solto em um céu de brigadeiro e vê ao seu lado um  lindo pássaro e agradece a sua própria existência, somente por existir.

O bem estar é imenso e até esqueceu-se que passou da hora de alimentar-se, tamanho é o seu deleite. Por um milésimo de segundo você só está ali existindo, nada mais se faz necessário, somente a sua existência e a sua satisfação em contemplar o Universo ao qual pertence.

O Sol está se pondo, e lá do céu, avista um riacho, você não quer impedi-lo, olhando em silêncio e pode ouvir que aquela água está viva, ela está conversando contigo, contudo ela não quer lhe dizer nada em especial, ela só existe e segue em diante.

Anoiteceu novamente, mais uma vez agradece e ainda lá de cima, consegue avistar uma floresta e sua clareira graças a luz da Lua Cheia e então decide descer até lá; agora, com o seu corpo estendido ao chão observa a Lua, ela está tão grande e brilhosa que a sensação é de que ela veio lá do céu para ficar ao seu lado e te fazer companhia, mas a Lua, a Senhora da Noite está neste exato momento ao lado de bilhões de seres, porque para dar sua luz para um ser, ela não precisa tirar isso de outro, em sua vasta sabedoria ela é capaz de iluminar a todos simultaneamente. A luz dela não está sob nenhum controle e assim ela brilha indiscriminadamente para todos.

E lá estão as estrelas, embora não as tenha e mesmo sem controlá-las, as compreende como sendo parte do seu próprio ser.

Isso é possível?

É possível amar sem ter? Sem controlar? Sem manipular? É possível contemplar sem sentir medo e sem querer obter as coisas por meio do controle? É possível ser feliz convivendo com a realidade de que não há nenhuma garantia de que amanhã as verá novamente? Será que pode haver alegria na incerteza?

Estamos acostumados a ver a sociedade moderna com um enorme relógio ditando o tempo, com os recursos financeiros ditando o que pode ou não pode ter sob o seu controle e as pessoas acreditam que precisam ser controladas e permitem se deixar controlar em troca de também poder exercer a sua porção de controle e a cada dia o controle cresce e a sua válvula de escape é também controlar.

Na sua casa são as suas regras, na sua família as suas são as melhores opiniões, pelas ruas, incomoda-se se alguém ultrapassa o espaço que determinou que era o seu.

Entretanto, e se você abrir mão e só se deixar levar pelas probabilidades, sem se preocupar? E se confiar tanto em você mesmo que chega a ter certeza que independente de qualquer coisa, continuará a existir?

Eu fecho os meus olhos e confio os meus caminhos a Divindade que me guia. De olhos fechados eu permito que eles me conduzam sutilmente por essa jornada.

Direi a mim mesma que eu sei quem eu realmente sou e sei o que eu estou fazendo. Trilhando o meu próprio caminho, não existe erro, as circunstâncias vão acontecendo e eu continuo existindo…

E em qualquer momento, em qualquer lugar, eu posso contemplar as estrelas, elas de fato acompanham sempre o meu olhar.

Gisela Cambui

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Conheci essa bruxa na Oficina das Bruxas, e desde esse dia ela não para de me mostrar um novo olhar! Apesar de ter puxado minha orelha (rsrs) é uma pessoa encantadora de personalidade forte e decidida. Coloquei esse artigo aqui hoje e colocarei mais, pois confio e acredito no que ela tem a nos dizer e ensinar, só vamos ter que pegar no pé dela, porque essa moça vive ocupadérrima! 🙂

Rosea Bellator

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